segunda-feira, 30 de março de 2020

CONTINUAMOS LIGADOS - estar unido


“Eu não sei
Nem como, nem quando, aqui cheguei
Sem saber
Dou por mim a viver a correr
E o mundo segue
Sem olhar para nós
Queremos tudo
Mas vivemos tudo a sós……”
Nestas palavras dos “QUATRO E MEIA” revejo a nossa vida, cheia de azáfama, andar, andar sem parar, por vezes passar ao lado dos outros sem um sorriso, sem um olá.
oje o mundo percebe, que tem que estar unido, caminhar lado a lado mesmo que só com o coração, com a força de querer vencer este inimigo que teima em nos derrotar.
Juntos seremos fortes. Ligados pelo coração.
Estela Matos

A ESPERANÇA




PALAVRAS?
 NÃO SÃO PRECISAS  .....
NESTE SORRISO ESTÁ ESPELHADA A ESPERANÇA, A ALEGRIA COM QUE DEVEMOS OLHAR O FUTURO.


OBRIGADA JULIANA .
A EQUIPA DA BE FICOU MUITO CONTENTE .

STOP CONTÁGIO


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sexta-feira, 27 de março de 2020

CONTINUAMOS LIGADOS - melhores dias

Melhores dias virão e que nunca nos falte a esperança.
Corina Oliveira

CONTINUAMOS LIGADOS - sempre unidos

Que esta fase das nossas vidas nos mantenha sempre unidos. Juntos duplicaremos a nossa força. Que uma tão gigante pandemia não nos afronte mais. Unidos venceremos esta batalha por isso fiquem em casa pelo seu bem e pelos seus. Todos vamos ficar bem! 
Sylvie Gomes

CONTINUAMOS LIGADOS - responabilidade, tempo e vida


Urge hoje, mais do que nunca, nesta fase mais delicada da nossa vida, a pandemia, valorizar a responsabilidade, o tempo e a vida. Fica em casa e tornarás toda esta luta mais fácil. Juntos venceremos.
Stella Alves

CONTINUAMOS LIGADOS - incerteza


Nesta fase de tanta incerteza, resta -nos a certeza da seriedade desta desconhecida pandemia.
Fica em casa! Prepara o futuro, vivendo o presente. Os laços tornar-se-ão mais estreitos depois que tudo isto passe; o abraço mais apertado e sentido, a solidariedade, um bem mais comum a praticar. Não podemos ficar indiferentes e sim tornar- nos iguais no bem-querer de todos, na procura mais do que nunca do bem comum. Lutando todos e, permanecendo na mesma direção, tornaremos a vitória mais saborosa e ganharemos mais esta batalha da vida.
Ana Pinto

pintar sentimentos



Vamos colorir nós a nossa COLCHA DE RETALHOS?
Quem quiser pode pedir a imagem para o email da BE 
bibliotecadouro@aemmpt



Leituras da BE para todos - A Colcha de Retalhos


Hoje mais do que nunca estamos unidos. vamos conhecer outras culturas, outras palavras, outras leituras.


A COLCHA DE RETALHOS .....uma história cheia de sentimentos, pequenos retalhos, pequenos instantes da vida, que fazem de todos nós um SER COM CORAÇÃO







Nos finais de semana, Felipe vai para a casa da vovó. É uma delícia! Vovó sabe fazer bolo de chocolate, brigadeiro, bala de coco, pão de queijo... enfim, sabe fazer tudo o que Felipe gosta. E lá não tem esse negócio de “hora de comer isso, hora de comer aquilo... hora de brincar, hora de dormir...”
- Vovó sabe contar histórias como ninguém.
— Conta mais uma, vovó. Só mais uma!
Vovó coloca os óculos bem na ponta do nariz, faz uma cara engraçada e fala bem fininho e fraquinho, imitando a voz da Chapeuzinho Vermelho, e bem grosso e forte, imitando a voz do lobo mau. Ah! Quem é que não gosta de uma vovozinha assim?




 Um dia, quando Felipe chegou à casa da vovó, encontrou uma porção de pedaços de tecido espalhados pelo chão, perto da máquina de costura em que ela estava trabalhando.
— O que é isso, vovó?
— São retalhos, Felipe. Fui juntando os pedaços de pano que sobravam das minhas costuras e, agora, já dá para fazer uma colcha de retalhos. Vou começar a emendá-los hoje mesmo.
— Posso ajudar, vovó?
— Está bem. Então vá separando os retalhos para mim. Primeiro só os de bolinhas, depois, os de listrinhas...

Felipe esparramou tudo pelo chão e foi separando-os um a um. Tinha pano de florzinha, de Lua e estrela, de bolinha grande e bolinha, pequena, listrado, xadrez...





— Olha esse pano listrado, é daquele pijama que você fez para mim quando a gente passou aqueles dias no sítio, lembra?
— É mesmo, Felipe, estou me lembrando. Que férias gostosas!
Andamos a cavalo, chupamos jabuticaba. As jubuticabeiras estavam carregadinhas!
-— E olha esse pano xadrez, que bonito, vovó!
— É daquela camisa que eu fiz para você dar ao seu pai no dia do aniversário dele. Sua mãe fez um jantar gostoso e convidou todo mundo.
— Ah! Eu me lembro! Veio o tio Paulo, o tio João, a tia Josefina, veio a Cecília e até o Rex, para brincar com o meu cachorro, Apolo. Parece que um deles fez xixi na cozinha e o outro fez cocô no quintal, né?
— Seu pai ficou tão bonito! E assoprou as velinhas, todo vaidoso, de camisa nova.
— É mesmo! Mas ficou muito bravo com os cachorros.
— Olha, Felipe, este retalho aqui. Não é daquele vestido que eu fiz para a sua mãe ir a uma festa de casamento? Sabe, quando a sua mãe era pequena, eu fazia uma porção de vestidos para ela. E gostava também de bordá-los. Uma vez eu fiz um vestido cor-de-rosa, inteirinho bordado com a Branca de Neve e os sete anões. Quando o vestido ficou pronto, ela falou assim:
— Ué, mamãe, está faltando a bruxa!
— Vovó, esse pano azul-marinho está com cara de Vó Maria.
— Era dela mesmo!
— Vovó Maria mora lá no céu, né? Junto com o vovô Luiz e o meu cachorrinho Apolo... Ué, vovó, você está chorando? O que aconteceu?
— Não — disse a vovó fungando e limpando o nariz com o lenço —, não estou chorando, não.
— Ah, vovó! Você não disse que nós somos amigos? Então, me conta o que está acontecendo. Você está triste?— É a saudade, Felipe. É a saudade...
— Saudade dói, vovó?
— Às vezes dói. Quando é saudade de alguém que já foi embora para nunca mais voltar...
— Ah!
— Mas existem outras saudades: de um passeio gostoso, de uma viagem, de uma festa, de um amigo, de uma amiga, de um parente que mora longe...
— Vovó, acho que eu ainda não entendo nada de saudade.
— Eu sei. A gente só entende bem das coisas que já experimentou. Talvez ainda seja muito cedo para você entender dessas coisas... Felipe, me ajuda aqui. Vamos ver como é que está ficando a nossa colcha de retalhos!
— Que bonita, vovó! Um dia você faz uma para mim, também?
Depois de algum tempo, Felipe nem se lembrava mais da colcha de retalhos.
Um dia, ao voltar da escola...
— Felipe! A vovó mandou uma surpresa para você!
— Uma surpresa para mim? Onde?
— Esta lá em cima da sua cama.
Felipe entrou no quarto correndo. A colcha estava esticada sobre a sua cama. Que linda! Mas não era uma colcha como essas que se vendem nas lojas. Cada retalho tinha uma história.



Ali, deitado sobre a colcha, Felipe passou algum tempo lembrando-se de uma porção de histórias. Observou um retalho de brim azul...
— Foi quando o papai e a mamãe viajaram de férias e eu fiquei lá na casa da vovó. Um dia, fui subir na jabuticabeira e levei o maior tombo. Ralei o joelho, fiquei com o bumbum dolorido e o short rasgado... que vergonha! Vovó veio correndo lá de dentro. Me pegou no colo com carinho e, depois, nesse mesmo dia, resolveu fazer um short novo para mim. E fez um short deste pano aqui, de brim azul.




De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito. E aquilo foi aumentando, aumentando... Felipe foi atrás de sua mãe:
— Me leva na casa da vovó?


Não demorou nada e os dois já estavam chegando lá na casa da vovó. Tocaram a campainha e ela veio lá de dentro.
— Parece que eu estava adivinhando que você vinha. Fiz um bolo de chocolate, do jeito que você gosta!
— Vovó, vem aqui pertinho. Agora, me dá um abraço bem gostoso!
— Sabe, vovó... — cochichou Felipe, bem baixinho, no seu ouvido — preciso te contar um segredo: eu acho que já entendi… agora eu já sei o que é saudade!



Conceil Corrêa da Silva; Nye Ribeiro
A colcha de retalhos
São Paulo, Editora do Brasil, 2010
Partilha autorizada por "Contadores de histórias"